segunda-feira, 1 de junho de 2009

Amigos,

Concerteza já se deram conta de que sou um apaixonado por poemas musicados. Uma vez mais quem não ouviu já este poema na voz do grande Ruy Mingas. Mas tudo isto tem uma explicação. Ainda candengue , tentei "aprender "alguns acordes, e na minha santa inocencia, alheio ás politiquices dos mais velhos, cantava aquelas a que hoje chamamos de canções de intervenção, políticas sei lá ..! Mingas , Zeca Afonso, Adriano etc.., todas elas de facto carregadas de uma mensagem que muito francamente na altura não entendia bem.
Poemas que carregam historias intemporais , onde podemos ler imagens , sentir cheiros e, estar lá mesmo estando aqui. O facto de se premitirem musicar, de forma tão expontanea e simples, é algo que me impele a uma partilha cumplice de sentimentos e sentidos que não consigo amiúde usar e gozar e que tanto prazer me dão.
Quero continuar a senti-los, ouvi-los e vê-los pois acicatam-me as recordações, e brindam-me com novas lembranças de quando era um menino inocente.

Noites de luar no morro da Maianga

Noites de luar no Morro da Maianga
Anda no ar uma canção de roda:
"Banana podre não tem fortuna
Fru-tá-tá, fru-tá-tá..."
Moças namorando nos quintais de madeira
Velhas falando conversa antigas
Sentadas na esteira
Homens embebedando-se nas tabernas
E os emigrados das ilhas...
- Os emigrados das ilhas
Com o saldo mar nos cabelos
Os emigrados das ilhas
Que falam de bruxedos e sereias
E tocam violão
E puxam faca nas brigas...
Ó ingenuidade das canções infantis
Ó namoros de moças sem cuidado
Ó histórias de velhas
Ó mistérios dos homens
Vida!:
Proletários esquecendo-se nas tascas
Emigrantes que puxam faca nas brigas
E os sons do violão
E os cânticos da Missão

Os homens
Os homens
As tragédias dos homens!

Mário António

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