sábado, 23 de maio de 2009

Não desisto de procurar a bondade dos homens. Sei que ela existe. Que está presente, inspirada na bondade de Deus.

Muitas vezes lembra-me aquele doce travado do gostinho da amora silvestre. É daqueles frutos que francamente gosto, mesmo sabendo o quanto custa obtê-lo.

Às vezes, quando olho a minha mão arranhada enquanto como, deliciada, sentada num tronco meio caído, as amoras silvestres que apanhei durante a tarde, mais que as cores garridas do poente, eu gozo o gostinho doce que obtive, em troca de um pouco do garrido do meu sangue.

Não desisto de procurar aquela bondade que Deus vai deixando espalhada pelo mundo dos humanos.

Se vivo temendo a maldade de alguns, nunca gozarei da bondade de tantos.

Sei que continuo aberta à dor, mas só assim vou descobrindo diariamente o amor.

Obrigada, Senhor, porque me deste um coração aberto e o fizeste bater no fundo para se abrir mais e gritar: gritar amor.

Hoje, com muito amor, olho para a minha mão arranhada, e ofereço aos meus amigos um frasco de compota de amora silvestre.

Teresa Belo

12 Maio 2008

1 comentário:

  1. Cara Teresa,

    Obrigado por partilhares os teus pensamento, e espero que continues a visitar-nos.É um espaço de amigos e para amigos, onde podemos sempre deixar escapar o que nos vai na alma com a certeza que alguem nos escutará.

    Um grande beijinho de todos.

    Jose

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