sábado, 18 de julho de 2009


"A noite na minha terra"


Eu não tenho
Nem batuque,
Nem fogueira.
Minha terra são casas
Em fileira
E olhares sérios
Que me ferem
Se eu sorrir.

Eu não tenho
Nem cantigas,
Nem abraços.
Vou dançando à medida
Dos meus passos.
E há olhares que matam
Se me virem
Ser feliz.

Na minha terra
A fome
É mais de amor.
Pedem-se abraços
Sejam eles de quem for.
E cada um
Entregue à sua bruma
Em segredo,
Só,
Na noite escura,
Faz danças loucas
À deusa da ternura.
***
Toca o batuque
E troca o pé.
Toca o batuque
E troca o pé.

2 comentários:

  1. Cara Teresa,

    Vou juntar o teu comentário que deu origem ao lindo poema que escreves-te. Se bem entendi, provocou-te para tal inspiração,e minha amiga se assim é, vou fazer tudo por tudo para continuar nesse caminho e esperar que reajas sempre da mesma forma.

    Um grande beijinho e aqui vai:

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  2. Aqui vai o cometário da Teresa

    Quando Surges Na Noite": Pois é. este poema que aqui puseste provocava-me. Mexia comigo. É porque a minha terra não é assim. Assim é como eu gostava que fosse a minha terra. E claro, toda a forma como o autor expõe as ideias. parece que estou a gozar o clima, a paisagem, o ritmo. Mas não, Zé. Eu estou na minha terra. Mas já que me provocaste, com um grande beijinho muito amigo, cá vai a reacção.

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