quinta-feira, 18 de março de 2010

Sinto-me
Aquele pingo de água
Que te faltou;
Colherada de arroz
Que não te chegou;
O vestido que trago
E que podia ser o teu.
Sinto-me
A voz de quem quer gritar;
A vista atenta
De quem sente
Nada ter p’ra olhar;
E o coração
[sobretudo o coração]
De quem já nada sente;
De quem é grito de dor;
Olhar de compaixão;
De quem já nem acredita
No amor.
Sinto-me
Simples estender de mão.

Lx. 18-10-2009

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