quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Batucada na noite

Bissau cresce
quando o sol desce
vem com o fio da noite
e só adormece
quando amanhece

O alcool
e o weekend
inflamam corpos
cheios de adornos

Nas noites
há insónias
e sónias de muitos nomes
não é só o mote
aqui há funk
há merengada
e antilhesas na madrugada
lufadas de amor
moldam corpos
suarentos de ardor
há um saracoteio
permanente
na passerelle da noite

coxas remechendo
num sincopado
que dá sincopa

o odor
mastiga o ar
sem pudor mistura-se
confunde-se
catinga
chanel
paco rabane
água cheiro
suor
e dior
ça va comme ça
tudo muito very special
o old scotch
dá o toque final
é fatal
afinal porque não...

a batucada cresce
abre o espaço
a cidade dorme

Autor: Zé Manel

2 comentários:

  1. Este é o meu modesto contributo para que o teu espaço continue vivo,expressando sentimentos de saudade e nostalgia.
    Foi num desses momentos que por acaso encontrei este poema que me fez recuar um bom par de anos.
    África e em particular a Guiné e o seu povo, estão sempre presentes.
    Um abraço
    António Branco

    ResponderEliminar
  2. Tó, Obrigado.

    Já tinha lido este poema no teu espaço e tinha adorado.
    De facto é muito bonito.

    Um abraço

    ResponderEliminar